2 de novembro de 2010

A graça nas teclas negras

Travando diálogos virtuais com meu diletíssimo e folclórico amigo "Durinho do Andaraí" (ex-Durinho da Foz), que de vez em quando atende pela alcunha de Jonhson Mayer, descobri a história de uma das canções mais gravadas lá pelas terras do tio Obama: Amazing Grace, muito utilizada como tema natalino.

O autor do tema, John Newton (1725-1807), tem uma história bem curiosa. Antes de se tornar um respeitável e venerável clérigo, autor de muitos hinos espetaculares, ele foi um marinheiro dissoluto que, inclusive, participou do tráfico negreiro para os EUA e América do Sul. Consta que ele, juntamente com os outros marinheiros, costumava fazer uso sexual das negras jovens embarcadas.

Sua mãe, que frequentara a Igreja Anglicana e morreu quando ele tinha 6 anos de idade, sonhava em ver o filho pastor . O pai, que era católico, mas também flertava com a fé protestante, fora marítimo mercante e iniciou o filho no gosto por trabalhos em navios.

Sua conversão começou após uma tempestade em que seu navio quase naufragou e onde viu um amigo marinheiro ser arrastado por uma onda que atingiu um compartimento do barco onde ele próprio estivera poucos segundos antes. No meio da tormenta ele teria feito um gesto de submissão e de entrega do seu destino nas mãos de Deus. De certa forma isso lembra um pouco a conversão de S. Paulo, que precisou cair do cavalo e ficar cego para certificar-se dos poderes celestiais.

Por desacatar comandantes de navios acabou prisioneiro e escravo em Serra Leoa, onde permaneceu como desaparecido por longo tempo. Tendo conseguido enviar uma carta para a Inglaterra, seu pai providenciou que um navio mercante - que percorreria toda a costa africana - o procurasse por lá, o que resultou em sua libertação.

Amazing Grace faz parte do chamado "spirituals", canções de conteúdo religioso, que desde o começo do século XX sofreu influência direta do Jazz e do Blues, ou como afirmam alguns, que o processo foi o contrário.

Lá em seus primórdios o "Spirituals", baseava suas composições na slave scale(escala escrava), que utilizava apenas sustenidos e bemóis(teclas negras do piano), hoje em dia isto certamente seria politicamente incorreto e estaria proibido, assim como acaba de ser o livro "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato, que não pode mai ser adotado por escolas, só rindo. Se todo racismo fosse o que "impera" no alegre Sítio do Pica-Pau Amarelo, essa praga jamais teria existido no mundo.

Voltando a "Incrível Graça", cá entre nós, e que todos nos ouçam, o Godspell do Tio Sam, musicalmente falando, está anos-luz a frente do "gospéu" tupiniquim.

O Paz & Música preparou um mimo exclusivo para os seus frequentadores. Uma seleção inédita com 22 versões de Amazing Grace, Aleluia!

Por Mario Medella

1) Acappella

2) Anne Murray

3) Celine Dion

4) Christina Aguilera

5) Demis Roussos

6) Dolly Parton

7) Elvis Presley

8) Janis Joplin

9) Joan Baez & Mimi Farina

10) Johnny Cash

11) Judy Collins

12) Katherine Jenkins

13) Kelly Family

14) Louis Amstrong

15) Nana Mouskouri

16) Randy Travis

17) Santana & Jeff Beck

18) Sinead O'Connor

19) Steve Vai

20) Willie Nelson

21) Yes

22) Andre Rieu


Para realizar o download, clique no link a seguir:
[Amazing Grace Versions]

Nenhum comentário:

Postar um comentário