19 de agosto de 2010

Promessa que virou realidade


No dia 11 de agosto de 2010 assisti no teatro Rival o primeiro show da carreira solo do músico, cantor e compositor Gabriel Cavalcante. Ele que no alto de seus 24 anos, a muito deixou de ser uma "jovem promessa", digo isso por que o acompanho desde as fraldas, e posso dizer sem susto que o Gabriel é hoje uma refinada e absoluta realidade no tão díspare cenário do samba
carioca.

Boa voz, excelente cavaco e um repertório impecável, fazem do músico um legítimo guardião das melhores tradições do ritmo mais popular e amado da Terra Brasilis, o samba. Gabriel está longe de ser apenas mais um "pagodeiro", o moçoilo é Sambista de fato e de direito, é nítido se perceber as raízes mais fortes do samba trançadas por suas entranhas, como também a poesia mais pura do samba brilhando em seu olhar, e ainda surdos, pandeiros e tamborins dando a marcação de sua pressão arterial.

Em minha modesta observação há quatro gerações já definidas de grandes sambistas. A primeira no começo de tudo: Donga, Noel, sinhô, Ismael, Bide & Marçal, Ari Barroso, etc...; a segunda que eu chamo de fase lírica, onde estão: Cartola, Nelson Cavaquinho & Guilherme de Brito, Padeirinho, Manacéia, Ivone Lara, Silas de Oliveira, Candeia, etc...; a terceira inclui, além de sambistas natos, compositores que não se fixaram apenas no samba, e nessa estão: João Nogueira, Paulinho da Viola, Nei Lopes, Chico Buarque, João Bosco & Aldir Blanc, Martinho da Vila, etc...; a quarta geração traz o chamado "fundo de quintal", erroniamente rotulado de "samba de raiz", e nela figuram: Jorge Aragão, Arlindo Cruz & Sombrinha, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Mauro Diniz, etc...; e o nosso sambista em questão, Gabriel Cavalcante, certamente gravará seu nome em uma quinta geração que vem se formando nos últimos dez anos.
Quem é aficcionado pelo digno e bom samba, fique atento a este verdadeiro "peso pesado" do samba.



Por Mario Medella

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