5 de agosto de 2010

Um Choro Callado

Joaquim Antônio da Silva Callado, flautista e compositor, nasceu em 11 de julho de 1848 no Rio de Janeiro e faleceu em 20 de março de 1880. É considerado o pai dos chorões e foi o mais popular músico do Rio de Janeiro imperial. Começou estudando flauta e piano em casa com seu pai, que era mestre da Banda Sociedade União de Artista, e aos oito anos já aprendia composição e regência com Henrique Alves de Mesquita. Antes de completar 18 anos, já se apresentava em bailes e saraus familiares. Pouco depois, fez sua primeira apresentação em concerto, como flautista, para a família imperial. Sua composição de estréia, "Querosene", foi feita em 1863, aos 15 anos, e o primeiro sucesso em 1867, uma quadrilha chamada "Carnaval". No mesmo dia do lançamento, 19 de junho, seu pai faleceu de endocardite aos 52 anos.

No dia 13 de janeiro de 1869, a sua primeira polca foi publicada, chamada “Querida por todos”, dedicada à Chiquinha Gonzaga. Em 1873, Callado compôs “Lundu Característico”, que foi o primeiro lundu apresentado num concerto. Este fez tanto sucesso que ele foi nomeado para a cadeira de flauta do Império no Conservatório de Música. Em 1875, foram publicadas as polcas “Como é bom” e “Cruzes, minha prima!”. Neste mesmo período, Callado criou o primeiro grupo de choro. Inicialmente composto por dois violões, uma flauta e um cavaquinho.

O grupo começou adotando a polca-de-serenata, que trazia passagens modulantes em ritmo acelerado. No começo, o choro possuía improvisações, em que os violões criavam o ambiente para a flauta solar e o cavaquinho fazia um papel intermediário entre eles. Callado foi parceiro de Viriato Figueira da Silva, Ismael Correia, Lequinho e outros chorões. Era amigo do compositor de modinhas Chiquinho Albuquerque e do flautista belga Matheus André Reichert, que D. Pedro II contratou para animar os Saraus do Paço em 1859. Em 1879, Callado recebeu a mais alta condecoração do Império: A Ordem da Rosa. Um ano depois, no dia 20 de março de 1880, falece de meningo-encefalite perniciosa.

Depois de onze dias, foi colocada à venda sua última composição, a polca Flor amorosa (clique para ouvir a música). No dia 17 de dezembro de 1883, alguns músicos organizaram um festival e com a renda construíram um único mausoléu no cemitério de São Francisco Xavier para unir os restos mortais de Callado e Viriato Figueira da Silva, que faleceu em 1883. A transferência dos restos foi realizada no dia 27 de julho de 1885.

Obra completa:

Adelaide, quadrilha, s.d.; Ai, que gozos, polca, s.d.; ; Aurora, quadrilha, s.d.; Capricho característico, polca, s.d.; Carnaval de 1867, quadrilha, 1867; Celeste, polca, s.d.; Choro, s.d.; As cinco deusas, quadrilha, s.d.; Como é bom, polca, 1875; Como é bom o que é bom!, quadrilha, s.d.; Conceição, polca, s.d.; Consoladora, polca, s.d.; Cruzes, minha prima!, polca, 1875; A dengosa, polca, s.d.; A desejada, polca, 1880; Ermelinda, polca, s.d.; Ernestina, polca, s.d.; Familia Meyer, quadrilha, s.d.; Fantasia para flauta, choro, s.d.; Flor amorosa (com versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, 1880; As flores do coração, quadrilha, s.d.; Florinda, polca, s.d.; Hermenêutica, valsa, s.d.; Honorata, polca, s.d.; Imã, polca, 1873; Improviso, polca, s.d.; Isabel, polca, s.d.; Laudelina, quadrilha, s.d.; Lembrança do cais da Glória, polca, s.d.; Linguagem do coração, polca, 1872; Lírio fanado, recitativo, 1882; Lundu característico, 1873; Manuela, quadrilha, s.d.; Manuelita, quadrilha, s.d.; Maria, polca, s.d.; Maria Carlota, polca, s.d.; Mariquinhas, polca, s.d.; Mimosa, quadrilha, s.d.; Não digo, polca, s.d.; Uma noite de folia, quadrilha, s.d.; O que é bom, é bom!, quadrilha, s.d.; Olhos de Ana, polca, s.d.; Pagodeira, polca, s.d.; Pagodeira, quadrilha, s.d.; Perigosa, polca, s.d.; Perigoso, choro, s.d.; Polca em dó maior, s.d.; Polucena, polca, s.d.; Puladora, polca, s.d.; Quem tocar, toca sempre, polca, s.d.; Querida por todos, polca, 1869; O regresso de Chico Trigueira, polca, s.d.; Rosinha, polca, s.d.; Salomé, polca, s.d.; Saturnina, quadrilha, s.d.; Saudade do cais da Glória, polca, s.d.; Saudades de Inhaúma, quadrilha, s.d.; Saudosa, polca, s.d.; A sedutora, polca, s.d.; Sete de novembro, polca, s.d.; Sousinha, quadrilha, 1869; Suspiro, quadrilha, s.d.; Suspiros de uma donzela, quadrilha, s.d.; Último suspiro, polca, s.d.; União comercial, polca, s.d.; Valsa, s.d.; Vinte e Um de Agosto, polca, s.d.; Vinte e Um de Junho, polca, s.d.

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